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A mostrar mensagens de janeiro, 2016

Quarteto de Heiner Müller nos Artistas Unidos

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Confesso que fui ver a peça em primeiro lugar por ser com o Ivo Canelas, em segundo porque há muito tempo que não ia ao teatro ver algo que não fosse comédia.  Só tinha visto o Ivo Canelas no cinema ou em séries de Tv e gostei sempre da sua representação. Em teatro, ali tudo à frente em tempo real, sem filtros, revalidei a minha opinião, é muito bom ator... ah e com muito estiloooo! Juntamente com a atriz Crista Alfaiate, os dois atores encarnam diversas personagens do enredo, sem alterarem o guarda-roupa. Apenas a mudança de posição dos adereços, a  saída e entrada do ator, a introdução de música (dos Rolling Stones) e a iluminação forte encarnada virada para os espetadores, marcam a mudança de cena. É um jogo de personagens para o qual o espetador é levado.  A peça de Heiner Muller, aqui encenada por Jorge Silva Melo, baseia-se na obra Ligações Perigosas de Choderlos de Laclos (quem não se lembra do livro ou do filme?) fala sobre sedução, vingança, amo...

Qual a cor do teu nome?

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Maria é amarelo, Frederico é verde e Luísa é azul. Não, não foi porque escolhi pintar as letras com qualquer programa, é porque é assim que vejo os nomes das pessoas, os meses do ano e os dias da semana, A CORES! Para quem lê isto pela primeira vez (se há alguém a ler :) pode parecer estranho, mas para mim também foi, ao descobrir por acaso, que nem toda a gente vê/sente desta forma, e que a isso se dava o nome de SINESTESIA. Achava que toda a gente atribuía, involuntariamente, uma cor aos nomes, aos meses e aos dias da semana, a funcionar como mnemónica, e por isso nunca tinha comentado com ninguém, achava eu que era normalíssimo! Qual foi o meu espanto, já aos meus vinte e tal anos, quando num documentário na RTP2 se falava de pessoas que viam/sentiam como eu. Fiquei boquiaberta, então isso não era normal? Isso tem um nome? Eu sou sinestésica? Holy shit, isto é giro! A cor que atribuo a um nome é a minha perceção, o mesmo nome pode ter outra cor para outro sinestésico. A memóri...

Memórias dos trapos

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Desde todo o sempre que ouvi na minha casa falar em tecidos. Era prática ver uma peça de roupa e identificar o seu tecido, apreciar a sua qualidade, a sua cor, o padrão e dar opinião se ficava bem ou mal.  Digo na minha casa, porque quer a minha mãe quer o meu pai teciam comentários sobre tecidos. Ambos trabalharam nos trapos, como se diz na gíria deste mercado. Atualmente, se virmos a etiqueta das peças de roupa contam-se pelos dedos duma mão os tecidos que lá estão indicados. Ou é viscose, poliamida, algodão, linho, lã e pouco mais. Lá vão os tempos em que os profissionais dos trapos distinguiam os vários tecidos. Nas minhas férias escolares, como qualquer criança, passava alguns dias no trabalho dos pais, e ajudava aqui e ali. Mais tarde, quando terminei o secundário, tive oportunidade de trabalhar com o meu pai numa loja que já não era a sua. Guardo memória da forma incrível que a minha mãe atendia o público, de haver clientes só quererem ser atendidas por ela, dava gosto ver...

Comer o que se come nos filmes

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Não é propositadamente ou porque gosto da ideia, mas sabem aquela vontade de comer o que outros estão a comer? Pois acontece-me quando vejo filmes. Não fico com fome mas fico com curiosidade em experimentar o que os personagens comem. Em Paris, experimentei Boeuf Bourguignon, inspirada pelo filme Julie and Julia. Há tempos, tomei um chocolate quente e outras iguarias a pensar na loja da Vianne do filme Chocolate. Uma vontade que ainda não satisfiz foi a de provar perdiz com rosas do filme Como Água para Chocolate. E que tal um Cosmopolitan à la Sexo e a Cidade? Sabem a cena do filme A Noiva em Fuga, em que a Julia Roberts experimenta uma série de receitas de ovos para descobrir efetivamente como é que ela os prefere? (já que o Richard Gere a acusa de gostar de tudo o que os seus namorados gostam), e lembram-se qual foi a escolha dela? Ovos Benedict! Um dia destes fui jantar com umas amigas ao H3 e, comi o hambuguer Benedict por causa do ovo, claro está! Adorei, embora os ...